Adeus ano velho, feliz ano velho
Enquanto caminho minha mente divagava para fugir do calor. Está acabado. Toda a pungência louca de dezembro culminando em um grande show pirotécnico, beijos e abraços na praia. Mas não estou na praia. Estou caminhando de volta para casa. Os relógios da Rua Dias da Cruz apontam que 2015 começara já faz uma hora. A hora deve estar certa, mas duvido dos 32 graus que mostra o termômetro. Com o suor grudando minhas roupas no corpo, sinto-me mais em Arrakis que no subúrbio do Rio de Janeiro. Famílias passam por mim com suas expressões de fim de festa, regressando para seus respectivos lares. Vez ou outra algum fogos de artifício atrasado ainda se faz ouvir, quebrando o silêncio da noite. Sempre odiei fogos de artifício. Barulho e fumaça nunca foram meu ideal de comemoração. E eles estavam ali... Na calçada, sob uma marquise. Um casal dormindo entre um amontoado de pertences. Não. Não apenas um casal. Havia também uma terceira criatura...