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Mostrando postagens de novembro, 2012

Resposta do Rio

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Essa semana li que Niterói foi eleita por um site gringo como a cidade do mundo com mais mulheres bonitas. Vou confessar: como carioca e apaixonado pela espécie, senti-me um pouco enciumado. Como assim, Niterói desbancando o Rio? Como uma cidade que chama “joelho” de “italiano” pode desfrutar de tamanha honraria?   Depois contemporizei: o que afinal esses americanos entendem de mulher? Que importa se de lá saíram várias top models internacionais? A beleza da carioca vai muito além das passarelas!   Só quando recobrei a razão, notei que estava sendo vítima do meu próprio bairrismo. A verdade é que nós, cariocas, temos certa má vontade com nossa irmã mais nova fluminense. Não é uma coisa declarada, como é o caso com São Paulo – nossa arquirrival de concreto e cinza. Carioca não leva Niterói muito a sério relegando-a um status de “café com leite”. É quase um distrito do Rio de Janeiro, ou um bairro grande, que fica do outro lado da Baía. Sinônimo de longe, de ponte, de barcas. Ch

uma confissão

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  Durante a noite encontro uma liberdade para escrever que por algum motivo o sol não me permite. Notei recentemente que meus textos têm ficado cada vez mais parecidos com relatos. Ilusão. Não são estes textos mais relatos que outros antes escritos. Mais pessoais. Todos são algum produto do que acontece quando torço. E sangro. São o que escorre. Não são meus relatos. Não são minhas confissões. São uma conversa causal, uma voz que empresto a uma porção de mundo oculta, querendo mostra-se. São clichês. São notas noturnas do óbvio. Mentiras absolutas. Mas verdadeiras.  

de como não conheci meu grande amor

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Foi em uma noite de segunda-feira. Olhou-me curiosa por detrás de seu sanduíche quando me sentei – toda a solidão do mundo naquele sanduíche.   Tinha olhos cansados, do tipo que parecem fartos do mundo, mas que ainda não desistiram dele. Protegidos por óculos de grossos aros olhavam para um celular, sem parar, esperando uma ligação que não vinha. A frustração só a fazia mais bela.   Compreendi que a solidão dela era minha solidão.   Sozinha. E linda. Era o outono. Ali, da mesa ao lado, apaixonei-me imediatamente. Naquele fast food vazio, éramos feitos um para o outro.   Inquieta, parecia incomodada com um dos seus cachos que teimava em cair sobre o rosto. Tinha cachos castanhos e uns olhos de amêndoa.   O telefone não tocava. Sentia seu desalento. Pensei que deveria pular para a mesa do lado, juntar nossas solidões.   Não espere mais , eu diria. Também cansei de esperar. Esse tempo passou. Vem comigo. Vamos viver. Gritar esse berro entalado no silêncio. Rir até