2016 e os Cavalos de Kafka
Uma crônica de fim de ano é uma das tarefas mais ingratas que um escritor pode tomar para si. Todo mundo já sabe exatamente o que esperar desse tipo de texto, é algo como o “especial do Roberto Carlos da literatura”. Mas tudo bem, cá estou eu, e alguma coisa precisa ser dita. De cara me vem em mente dois caminhos diferentes para essa crônica. O primeiro, uma longa lamentação das mazelas do ano que passou. Isso iria render bastante, admito. Não me entendam mal, não acho que 2015 tenha sido exatamente pior que os outros anos como um todo. Uma tragédia aqui, outra ali... Altas tretas em Brasília (e no Facebook ), verdade. Tudo dentro da capacidade normal do ser humano de estragar tudo. Sem ineditismo. Mas para a lamentação sempre há assunto. Poderia fazer uma retrospectiva de acontecimentos gerais para cada ano de história documentada e com cada uma arrancaria lágrimas. O mesmo vale para o ano individualmente. Eu, particularmente, perdi uma ...